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Projeto realizado no semiárido do Piauí reduz em 25% a pobreza de famílias beneficiadas
Enquanto o Brasil retorna ao mapa da fome elaborado pela Organização das Nações Unidas, uma iniciativa desenvolvida no Piauí contribuiu para reduzir em 25% a pobreza de pequenos agricultores beneficiados. Trata-se do Projeto Viva o Semiárido, que foi implantado em 2015 pelo Governo do Estado em parceria com o FIDA (Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola), beneficiando cerca de 36 mil famílias. O relatório com os principais resultados da iniciativa foi elaborado pelo AKSAAM, projeto que trabalha na gestão do conhecimento para melhorar a qualidade de vida no semiárido brasileiro, especialmente de mulheres, jovens e comunidades indígenas e quilombolas.
O Projeto Viva o Semiárido tem como objetivo contribuir com a redução da pobreza extrema, através de ações que melhorem a renda das famílias, a produtividade agropecuária, as oportunidades de emprego e o fortalecimento das instituições no meio rural. No Piauí foram realizadas ações em diversas áreas, através de 210 projetos produtivos.
Durante a pesquisa coordenada pelo professor Marcelo Braga, coordenador do AKSAAM, foi verificado que houve um aumento de 10% na quantidade de mercadorias produzidas e vendidas pelos pequenos produtores rurais, com destaque para o mel, a mandioca e, principalmente, o caju, tanto castanha quanto pedúnculo. Assim, 55% das famílias beneficiadas tiveram um aumento de pelo menos 20% na renda total.
Com a melhoria da produção, os pesquisadores verificaram que também que houve um crescimento do consumo dos alimentos produzidos pelas próprias famílias, o que garantiu maior segurança alimentar. Outras iniciativas do projeto permitiram resultados positivos para os pequenos produtores, como construção de cisternas, técnicas de reaproveitamento de águas, incentivo ao associativismo e uso da energia solar.
A investigação apontou ainda que mais famílias passaram a comprar bens domésticos e a adotarem práticas inovadoras levadas pelo Projeto Viva o Semiárido. “Outro resultado da pesquisa que chamou a atenção foi o aumento do empoderamento de mulheres e jovens. Ao mesmo tempo, o projeto também facilitou o acesso das famílias às políticas públicas. Houve ação efetiva nos fatores que promovem desenvolvimento: adoção de inovações, fortalecimento das instituições e investimentos em capital humano e social”, explica o coordenador do AKSAAN, Marcelo Braga.