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Pesquisa mostra impactos das mudanças climáticas na agricultura familiar
Estudos mostram que as regiões semiáridas e as que estão localizadas em latitudes médias e baixas tendem a ser mais expostas a efeitos das mudanças climáticas, tais como extremos de calor e períodos com déficit anormal de umidade do solo (combinação de precipitação muito baixa ou escassa e excesso de evapotranspiração). Esse último impacto, chamado de “seca agrícola e ecológica”, se tornará mais comum em diversas regiões globais, inclusive na América do Sul, prejudicando a produção de alimentos e as funções ecossistêmicas de modo geral. No Brasil, as regiões Norte e Nordeste devem ser as mais expostas aos efeitos das mudanças climáticas.
O estudo que está disponível no site do AKSAAM demonstra que dois fatores principais explicam essa vulnerabilidade diferenciada nas duas regiões: a localidade geográfica e as condições socioeconômicas. Com base nesse fato, foi revisada a literatura para tratar da agricultura familiar das regiões Norte e Nordeste.
A legislação brasileira caracteriza a “Unidade Familiar de Produção Agrária” como sendo aquela que possui área de até quatro módulos fiscais, de modo que esse grupo inclui pequenos e grandes agricultores. Entretanto, independentemente do tamanho, neste estudo foram considerados os agricultores que dependem do trabalho da família para gerir e operar suas atividades (agrícolas, pecuárias ou extrativistas), das quais provém sua principal fonte de renda e sustento. Nesse grupo estão incluídas as famílias rurais que foram assentadas pelo governo, bem como indígenas, quilombolas, caboclos, seringueiros e famílias ribeirinhas.
Os agricultores familiares são importantes para a produção e manutenção da agricultura sustentável em áreas rurais. Em geral, adotam sistemas produtivos mais diversificados e com maior conservação dos recursos naturais. Ao mesmo tempo, esse grupo pode sofrer grandes perdas em função das mudanças climáticas, pois são muito dependentes das condições edafoclimáticas para sobrevivência (produção, alimentação e geração de renda) e possuem capacidade adaptativa baixa.