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Durante edição 2022 do COSOP, FIDA faz balanço de sua atuaçãono Brasil e revela que 250 mil famílias rurais saíram da pobreza entre 2016 e 2022

Projetos financiados pelo Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola da ONU (FIDA) ajudaram 257.000 famílias rurais a superar a pobreza no Brasil entre 2016 e 2022, de acordo com um relatório sobre a implementação da Estratégia Nacional do FIDA (ou COSOP) para o Brasil 2016-2022, que foi apresentado hoje ao governo brasileiro em Brasília (DF).

Nesse período, e graças à capacidade do FIDA de convocar múltiplos cofinanciadores nacionais, os seis projetos de desenvolvimento rural apoiados pelo Fundo investiram um total de US$ 453 milhões, dos quais US$ 141 milhões vieram do FIDA. Isso significa que para cada dólar investido no Brasil, o Fundo mobilizou dois dólares adicionais para promover o desenvolvimento rural nas áreas rurais mais pobres do país.

“O Brasil é nosso maior programa de país na América Latina e no Caribe, não apenas pelo seu tamanho e sua economia, mas pelo ciclo virtuoso que o país criou ao priorizar o desenvolvimento rural, e o excelente desempenho dos projetos”, afirmou Rossana Polastri, Diretora Regional do FIDA para a América Latina e Caribe.

“Isso foi possível devido ao forte compromisso das autoridades federais e estaduais com a agricultura familiar como forma de as populações rurais pobres saírem da pobreza, e ao apoio da equipe de país do FIDA para o Brasil”, disse Polastri.

As conquistas dos projetos foram notáveis. A taxa de pobreza entre as famílias participantes caiu de 50% para 36%, um impacto impressionante especialmente considerando a forte seca que atingiu o semiárido nordestino nos últimos anos e os efeitos da pandemia de COVID-19. O Relatório de Revisão do COSOP considera que a execução da estratégia foi relevante e eficaz.

A análise oferece esperança em um momento difícil no caminho para a eliminação da pobreza no Brasil. Após uma queda nas taxas de pobreza e extrema pobreza durante os anos de 2003 a 2014 de 41,7% para 17,7%, esta tendência inverteu-se nos últimos anos, elevando a taxa de pobreza nacional para 19,4% em 2019, de acordo com o Relatório Econômico do Brasil da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico), de dezembro de 2020.

Embora o Brasil seja a maior economia da América Latina e do Caribe, o país enfrenta uma desigualdade persistente, com grandes bolsões de pobreza remanescentes em todo o país, mais especialmente no Nordeste, onde estão quase 60% dos brasileiros que vivem em extrema pobreza.

O semiárido nordestino tem sido o foco das intervenções apoiadas pelo FIDA. No entanto, o Fundo identificou outras regiões com altas proporções de pessoas que vivem na pobreza e também com taxas críticas de insegurança alimentar. O mais recente projeto apoiado pelo FIDA, o Projeto de Gestão Sustentável da Amazônia (PAGES), foi desenvolvido para reduzir a pobreza rural e ao mesmo tempo diminuir o desmatamento e a degradação ambiental naquela região. O PAGES começará em breve a implantação na região amazônica do Maranhão.

A Estratégia 2016-2022 do FIDA para o Brasil definiu três objetivos principais: melhorar a produção agrícola e o acesso dos agricultores familiares aos mercados para contribuir com a segurança alimentar e nutricional do país; aprimorar as políticas públicas e programas voltados à agricultura familiar; e fortalecer a capacidade de instituições governamentais e organizações rurais de implementar políticas e programas.

Dos seis projetos de investimento implementados no Nordeste, três foram concluídos recentemente, e o PAGES estará em pleno funcionamento até setembro deste ano. Outros cinco projetos estão em fase de concepção e conceituação.

Os COSOPs do FIDA são estratégias de médio prazo que identificam os principais objetivos e resultados de desenvolvimento que o FIDA pretende alcançar em cada país em particular. Desenvolvidos em conjunto com os governos nacionais, os COSOPs se baseiam nas metas de desenvolvimento dos países e nas estratégias de redução da pobreza rural.

O relatório, elaborado pela Divisão da América Latina e do Caribe do FIDA, incorporará as contribuições do governo brasileiro e servirá de base para a elaboração da nova estratégia para o país no próximo ano.

Fonte: Escritório do FIDA Brasil